A Igreja dos sonhos de Jesus é uma Igreja que sabe adorar

26/03/2014 00:00

O tema da adoração tem sido cantado e pregado com muita frequência desde o inicio deste século. Muito se fala em adoração. Milhares de cd´s são gravados todos os anos e muitas canções compostas. Mas apesar toda essa efervescência, os crentes parecem está associando adoração apenas com música.

Em seu diálogo com a mulher samaritana, Jesus disse que estava chegando um tempo em que os verdadeiros adoradores adorariam o Pai em espirito e em verdade, e Ele acrescentou que são estes que o Pai está procurando.

A palavra adoração no grego é proskuneo e significa precisamente se curvar para beijar a mão. Ou seja, a Bíblia ensina que adoração é rendida a Deus em reconhecimento da sua autoridade de Rei. Lucas nos informa acerca de um leproso que se aproximou de Jesus e o adorou. O cenário é de um homem sujo de lepra chegando perto de Jesus e lhe prestando revência curvando-se diante Dele. Lucas é enfático ao dizer que o leproso ‘o adorou dizendo: Mestre, se tu quiseres podes tornar-me limpo’. Aquele homem reconheceu Jesus como Rei poderoso e capaz de fazer maravilhas.

A adoração se manifesta como expressão de humilhação e não na exposição de talentos. Ao adorar a Jesus, aquele leproso mostrou-se sujeito a vontade do Senhor. Ele disse “se quiseres”.

Embora seja possível adorarmos a Deus em meio a um grupo, não se pode adorar a Deus como grupo. A adoração envolve bem mais do que vozes bem entoadas. A adoração deve envolver o coração, a alma. Havia uma multidão andando junto com Jesus, mas o destaque foi dado a um leproso que ali jazia.

Os evangelhos sempre mostram Jesus sondando o coração das pessoas e percebendo suas intenções. Não raro lemos nos evangelhos: “e Jesus vendo-lhes o coração e percebendo suas intenções disse…” Jesus viu as intenções da viúva pobre, viu a soberba e pretensão dos ricos que ofertaram antes dela. Jesus enfatizou na parábola do publicano e do fariseu a disposição humilde do publicano que era oposta a oração do fariseu. Ao sondar o coração da multidão que Lhe seguia Ele ainda parafraseou Isaías: “este povo honra-me com os lábios, mas seu coração está longe de mim!”e também repreendeu seus seguidores ao afirmar: “porque me chamais Senhor e não fazeis o que eu mando?”.

 

Para Deus deve haver uma conexão direta do nosso coração com nossa boca e as nossas ações. (Inclusive para sermos salvos temos que crer com o coração e confessar com os lábios).

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Adoradores e músicos nem sempre são as mesmas pessoas. A verdadeira adoração consiste muito mais numa atitude intima da alma do que na música entoada. Uma das mais profundas expressões de adoração da Bíblia seja aquela contida no salmo 103.1: “bendize ó minha alma ao Senhor e tudo o que há em mim, bendiga ao seu santo nome”. Adorar a Deus é muito mais do que simplesmente entrar na igreja e acompanhar o louvor que foi previamente escolhido para aquele momento. O coração deve estar totalmente envolvido na adoração e com isso não estou falando sobre a questão emotiva, mas na sinceridade e na retidão de quem adora. O salmista diz que sua alma bendiria ao Senhor e não apenas sua alma, mas tudo o que nele havia. Perceba que o salmista fala da sua alma e de todas as suas ações (tudo o que há em mim).

Ou seja, a adoração não é apenas um momento na vida do adorador, mas um estilo de vida que tem continuação dentro ou fora do templo. Ao dizer que o pai procura os verdadeiros adoradores, Jesus deixa claro que aos olhos do Pai, a adoração só tem valor quando é fruto de uma vida totalmente entregue e consagrada ao Senhor. Nesta perspectiva, se faz necessário entender que a adoração não é movimento musical como alguns pensam. Os cristãos devem ver na adoração um estilo de vida.

 

A nossa adoração deve ser incondicional e rendida somente a Deus. Davi adorou a Deus quando seu filho morreu, Jó adorou a Deus quando todos os seus bens e família se foram e Habacuque disse que se alegraria em Deus quando todas as calamidades possíveis se levantassem contra ele. Essa é a adoração incondicional que Jesus espera da sua Igreja. O leproso não esperou ser curado para depois adorar a Jesus, ele adorou primeiro.

 

Infelizmente há dois tipos de pessoas que se multiplicam dentro das igrejas. O primeiro tipo é semelhante aos samaritanos: adoram a quem não conhecem. Jesus disse isso com todas as letras para a mulher samaritana: “Adorar a quem não se conhece é uma ação nula em si mesma, pois a adoração a Deus não é por nenhuma outra razão senão pelo fato de Ele ser quem é!” O segundo tipo pode ser comparado aos pagãos mencionados por Paulo em Romanos 1. São aqueles que tendo o conhecimento de Deus não O adoraram como Deus nem o serviram.

Jesus disse para a mulher samaritana que a hora tinha chegado quando os verdadeiros adoradores adorariam ao Pai aonde quer que estivessem e não apenas “neste monte ou em Jerusalém”.

 

Adoração é a maior expressão de integridade e amor que um cristão deve render a Deus. Para Jesus a adoração não se centra num ritual especifico, mas numa vida inteira de rendição e exaltação do senhorio de Deus. O louvor só pode ser extraído dos lábios, mas a adoração não. Ela sai do coração regenerado, das ações diárias de uma pessoa que verdadeiramente teve um encontro com Deus.

 

Autor: Missionário Rosivaldo

Texto extraído do site Reflexões Evangélicas - 26/03/14